Olhares que desnudam: viajantes, mulheres do Amazonas no século XIX

Antonio Emilio Morga

Resumen


Este artigo decorrerá sobre as práticas de sociabilidade e afetividade das mulheres da cidade de Manaus no transcurso do século XIX. Neste período, vários viajantes estrangeiros de formação diversificada, geólogo, botânico, naturalista, aventureiros, engenheiros, médicos que visitaram o mazonas por diferentes motivos. E numa série de imagens reincidentes registraram em seus relatos imagens referente ao viver cotidiano da população manauara e de modo particular dos modos e das modas da população feminina da cidade de Manaus. Em seus relatos, nas entrelinhas dos seus escritos, construíram a imagem da mulher sedutora. Imagens estas que, em vários relatos, retratam a mulher manauara num quadro onde são caracterizadas como “filhas livres da natureza”, “faceirice selvagens”, “sereias escuras”, “corpo elástico”, “seios em suaves movimentos”, “mulheres muito fáceis de contentar”, “sentimento de pudor”, “jovem fusca das florestas”, “meninas quietas”, e “mistura de três raças”. Retratadas pelas cores amarela, pardo, escura e até ao mais profundo preto africano, os viajantes nos revelam, nas entrelinhas documentais, o pouco contato que tiveram com as mulheres brancas e, quando o fizeram, estavam no seio familiar das mais distintas famílias da cidade. Os viajantes ao narrarem suas percepções sobre os modos de vida da população, o faziam com o olhar de quem pré-julga determinados comportamentos a partir de valores morais, éticos e estéticos que se diferenciavam da cultura amazonense. Falar de uma suposta mulher manauara sensual e sedutora é demonstrar que o olhar europeu em nenhum momento percebeu as práticas de sociabilidade, afetividade e de sensibilidade da população manauara.

Palavras chaves: Amazonas, viajantes, sedução, afetividade e práticas femininas.


Texto completo:

PDF

Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.